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7 de junho de 2010

CONTANDO HISTÓRIA

OUVINDO ESTRELAS - Era uma sexta feira do mês de agosto do ano 1978. Chego ao Teatro Deodoro, para ver a segunda apresentação de Marília Medalha e Zé Kéti. Ao entrar sou abordado pelo empresário de Marília, que solicita a minha presença no camarim. Queria me agradecer o artigo que tinha escrito na noite anterior Marília Medalha: Um grito de liberdade com bóis de luz (Jornal de Alagoas 10/08/78) Bóis de Luz era o título de seu disco récem lançado. Conversamos e acertamos para ao fim do espetáculo irmos jantar. Na época, havia poucas opções de restaurantes, mas, mesmo assim opto pela Adega do Trapiche, onde servia o mais delicioso galeto da cidade.Adega era um lugar rústico, mas aconchegante e com música ao vivo. Nos acomodamos e conversavamos baixinho para poder ouvir a voz maviosa de Neuza Moreno, - morei na Av. Siqueira Campos, 1076 e Neuza morava em frente -uma das últimas cantoras do rádio de Alagoas, fazia parte do cast da Rádio Difusora. Ao terminar sua apresentação, Marília me pede para trazer Neuza a nossa mesa. Gentilmente, elogia seu repertório e sua voz. Conversam, trocam idéias, falam de músicas, amor, paixão pela arte, da dificuldade da profissão. Neuza retorna ao palco, anuncia a presença de Marília e ataca de Lupícinio.
Anos depois volto a me encontrar com Marília Medalha em São Paulo, vou visitá-la em sua casa no Brooklin, estava em minha companhia uma estudante de letras da UFAL, Expedita. Fazia frio e tomamos alguns conhaques para aquecer a conversa que quase varou a noite das boas lembranças.
Por um instante, minha memória me reporta para aquela noite na Adega do Trapiche.
Eu não estava CONTANDO HISTÓRIA, mas, OUVINDO ESTRELAS.

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